quinta-feira, 9 de julho de 2015

Diário de Viagem - Bath e região (Parte I)

Estou super atrasada com minhas postagens... em especial com as postagens das viagens que já fizemos por aqui! 

Mas como todo mundo sabe (ou imagina), acumulando a função de mãe de um bebê (delícia!) de 7 meses, com a de advogada que trabalha em home office, esposa fiel e dedicada (hahahaha... marido curtiu!), sem ajuda de babá, creche ou empregada doméstica (ok... tenho uma faxineira que faz 07 horas por semana aqui em casa... prestou atenção? 07 HORAS), as coisas ficam um tanto quanto corridas... 

Apresentadas minhas razões pela demora, vamos sem mais delongas ao post sobre nossa primeira viagem por aqui!

Na Páscoa (sim, eu disse que estava atrasada!) nós aproveitamos o feriado e viajamos para Bath! Baby tinha acabado de completar 4 meses, então arriscamos levá-lo em sua primeira viagem!! E deu super certo!! Orgulho da mamãe! :)

Resolvemos ir de trem, não só para aproveitar a excelente malha ferroviária que temos por aqui, mas também porque imaginamos que seria menos cansativo do que irmos de carro - nos feriados (que são pouquíssimos aqui na Terra de D. Beth) a galera costuma entupir as estradas! Mas, como teríamos 04 dias para passear resolvemos alugar um carro lá em Bath mesmo, para fazer dois dias de passeios pela região. 

O trem é super tranquilo (saímos da estação de Paddington, que fica do lado de casa!), e como a cidade está a apenas 150 quilômetros daqui de Londres, a viagem leva só uma hora e meia se você pega o trem que vai direto (preste atenção na hora de comprar o trem, pois há vários vários por dia, e nem todos são direto)! Baby Bauer se comportou super bem e a viagem foi ótima!

Bath é uma cidade em que foram encontradas evidências de civilização do período mesolítico (oi?!). Mas como fica meio difícil dimensionar isso para reles mortais (euzinha incluída), me parece suficiente dizer que há diversos locais preservados que datam da época em que os romanos dominaram a região! Ou seja, faz tempo... rs. 

As termas da cidade (daí o nome - Bath) foram construídas entre os anos 60 - 70 dC. E lá se vão seus quase 2000 anos... Daí pra diante a cidade foi acumulando povos, conquistas, etc... A Abadia - principal monumento da cidade, enorme e linda, foi fundada no século 7. Depois foi reformada/reconstruíra nos séculos 10, 12 e 16. Olha ela aí:




Pausa para reflexão: moro aqui há um ano e continuo me surpreendendo com a idade das coisas. É simplesmente impressionante viver num lugar em que as construções tem mais de mil anos... quase dois mil anos... Me emociono pensando nisso. Sério. É incrível!

Além da questão histórica, que por si só já é interessantíssima, Bath é uma cidade linda! As construções todas  seguem um padrão de cor (meio bege/dourado), pois são feitos com praticamente um único material - uma pedra clara, conhecida como "Bath stone". Essa uniformidade deixa a cidade parecendo cidade de brinquedo. Toda desenhada, conservada, um colírio para os olhos! 










Bath é pequena (pelo menos a parte onde estão as principais atrações), então em um dia nós conseguimos rodar por todos os lugares que queríamos conhecer! Ou seja, ainda que você só tenha um fim de semana para passar lá, vale a pena a visita (ou até uma excursão de um dia, quem sabe?!)! Sugiro que você dê uma olhadinha no mapa para se organizar e passar pelos principais pontos da cidade... Mas não tem muito erro, tudo fica pertinho! O Centro é onde fica a Abadia. As Termas Romanas fica em frente e a Pulteney Bridge há 100 metros, com o Rio Avon e o Parade Gardens. 







Ali perto (seguindo a rua da Pulteney Bridge) há um museu - o Holburne Museum - que tem uma coleção pequena e interessante, contando a história da cidade através de diversos objetos. Bath foi durante muito tempo a cidade mais frequentada pela sociedade inglesa (além de Londres, claro). O museu é interessante, pois conta um pouco desse período. Coleção pequena, visita rápida. Se você tiver dois dias na cidade, vale a pena conhecer. 

Para o outro lado da cidade fica o Royal Crescent - visita obrigatória, não só porque é bem bonito, mas porque foi cenário de diversos filmes - dá uma olhada na foto e vê se não te lembra algum filme? 


No Royal Crescent n. 01 tem um museu que conta a história da cidade, mas não tem acesso para carrinho de bebê, então não fomos... De repente vale a visita. Curiosidade: aqui eles chamam de Crescent a rua que tem esse formato circular (ou de meia lua). Tem várias aqui em Londres, mas acho que essa daí de Bath é mesmo a mais famosa.

Em frente dos prédios há um jardim lindo - o Royal Victoria Park. No caminho passamos  também pelo The Circus, que é um conjunto de casas arquitetônico bem bonito, também - são construções arredondadas, que formam uma praça. A foto não ficou muito boa:




Aliás, jardins não faltam. A cidade é pequena, mas tem pelo menos 3 ou 4 praças/parques/jardins lindos! A Queens Square (abaixo) é uma praça super agradável, pertinho do museu da Jane Austen (claro que passei lá para comprar um livro!) - ela viveu em Bath e dois de seus livros ("A abadia de Northanger" e "Persuasão") se passam na cidade! 







A cidade tem ainda uma série de restaurantes bacanas, recomendo o Tilleys Bistro (melhor reservar porque é pequeno). Delícia local é o Sally Bun: um pãozinho doce delicioso! Simples, mas uma delícia para acompanhar um chá ou café!




Nos hospedamos no Hilton Bath City, que é central e tem as facilidades que precisávamos (berço para bebê, elevador, chuveiro...), mas na cidade há também várias opções mais "características", digamos assim. Tem hospedagem para todos os gostos. Sugiro, apenas, que escolham hospedar-se no centro da cidade (embora não seja uma cidade muito grande, é melhor ficar ali no centro onde é possível fazer tudo a pé).

Valeu muito a pena nosso passeio! Além de conhecer Bath nós passeamos também por outras cidades nos arredores, incluindo uma ida a Stonehenge. Eu ia colocar tudo no mesmo post, mas tô achando que esse aqui já está muito comprido. Vou fazer, na sequência, um post separado contando o resto da viagem!

Beijos,
Tila.


quarta-feira, 8 de julho de 2015

Livros - Janeiro a Julho de 2015



Uma das coisas que eu mais senti falta assim que meu filhote nasceu foi de ler. Passei o primeiro mês dele em casa, naquela correria típica da maternidade: amamentando a cada duas horas (às vezes menos), sem conseguir dormir direito... sem conseguir comer direito...

Enfim, nesse começo de maternidade eu só tinha tempo pra isso: amamentar, dormir, comer e tomar banho. Lá pelo fim do primeiro mês comentei com o marido: "Sabe do que eu estou sentido mais falta (além de dormir, claro!)? De ler!"

Passado o primeiro mês eu consegui me organizar um pouco melhor durante as mamadas, e naquelas da noite eu consegui começar a ler um pouquinho no tablet! :)

Sendo assim, consegui manter um ritmo de leitura - não como antes, é óbvio! - mas para matar minha vontade! (vício... simples assim!! rs...)

Aqui está a lista dos livros que consegui ler neste semestre:


The edge of the eternity: O terceiro livro da trilogia do século. Como os outros, adorei! Para quem gosta de história misturada com romance, recomendo. Retrata o período do pós guerra, especialmente a Guerra Fria.



We are completly beside ourselves: Esse livro é surpreendente. Até determinado momento você imagina que a história é uma e, de repente, ela muda completamente. A história de uma família, contada pela filha mais nova, e como as relações são afetadas - às vezes para sempre - pelos caminhos e escolhas dos pais. 



The aftermath: Achei super interessante a história: oficial britânico que trabalha na reconstrução da cidade de Hamburgo, pós Segunda Guerra, opta por dividir sua residência com os antigos ocupantes (as residências foram requisitadas pelos oficiais para instalar os estrangeiros, devendo os alemães seguirem para abrigos). O personagem principal tem uma visão diferente do que significa a reconstrução da cidade, do País. Achei a temática diferente de tudo que vemos sobre Segunda Guerra. Gostei bastante.



All the light we can not see: Gostei muito desse livro. Super elogiado pela crítica, achei realmente interessante, embora seja mais um livro sobre histórias ocorridas durante a Segunda Guerra. Este, no entanto, tem uma certa poesia. Trata-se da história de uma menina francesa cega, tentando sobreviver durante a guerra, e de um rapaz alemão, obrigado a lutar, e tentando (também) sobreviver aos horrores da guerra.


Elizabeth is missing: O livro estava fazendo sucesso por aqui, com indicação da Waterstones (minha livraria preferida no momento), e numa promoção. Impossível resistir, não é? É um livro perturbador. A personagem principal sofre de demência, vai esquecendo de tudo... mistura histórias do presente com histórias do passado - na realidade, se lembra melhor das histórias do passado, do que daquilo que a filha lhe falou há 05 minutos. É angustiante, mas é bom!

The mists of Avalon: Li os 4 livros, porque, né? Já que é pra ler, melhor ler todos de uma vez, assim a gente não perde "o fio da meada"! Para quem não conhece o livro conta a história da corte do Rei Arthur (long long time ago). Se passa na Ilha da Bretanha - daí meu interesse...rs. A história é contada sob o ponto de vista das mulheres envolvidas. gostei muito dos 3 primeiros livros (mais do primeiro e do segundo), mas achei o último decepcionante. Parece que a autora se perdeu... que precisava escrever um quarto livro, e não sabia como finalizar a série. Uma pena. De toda forma, valeu a pena ler a série. O início é meio lento, são muitos personagens, há muita "magia" envolvida... mas depois que você compreende melhor esse começo tudo fica mais fácil... a leitura flui mais naturalmente.

Family Life: Comecei a ler esse livro enquanto estava no meio da série "As brumas de Avalon". Baixei no Kindle para ler enquanto estava amamentando, já que "As brumas" estavam em papel e ficava meio complicado conciliar... Recebi uma indicação, pois o livro ganhou um prêmio (Follio Prize), achei o tema interessante e comprei. Trata-se da história de uma família indiana, que vai morar nos EUA e sofre um tanto com o processo de adaptação - até aí, meio mais do mesmo, american dream e tal... Até que um acidente acontece e abala as estruturas da família e de cada um de seus integrantes. O livro é contado pelo irmão mais novo, portanto é uma visão (para mim) sempre mais interessante. É um livro triste, mas poderoso. Adorei.

Nothranger Abbey: Comprei esse livro em Bath (na casa da Jane Austen!), e estava doida para ler depois de ter voltado de lá! É outra coisa ler um livro tendo visitado a cidade onde ele se passa, não é? Além disso, quero ver se consigo ler todos da Jane Austen antes de ir embora daqui. O livro é bem leve e irônico. Diz a lenda que é o livro mais engraçado dela (a maioria não tem esse viés). A história de uma mocinha meio cabeça de vento, que passa alguns dias aproveitando os eventos sociais que aconteciam em Bath, se apaixona e... bom, aquela coisinha água com açúcar. Mas achei bacana! Considerando que são poucas as obras da Jane Austen, se você gosta dela, vale a pena ler esse daqui também - embora não tão conhecido como "Orgulho e Preconceito",  "Persuasão" ou  "Razão e Sensibilidade".


Esses foram os livros do semestre. No fim das contas, embora tenha lido muito menos do que nos últimos anos, fiquei feliz de ter conseguido retomar meu vício, digo, hábito! Espero conseguir melhorar meu ritmo no próximo semestre!

Beijos,

Tila.

Tudo ao mesmo tempo, agora!



Outro dia (mais especificamente dia 02/07) fez um ano que estamos morando aqui na Ilha da Bretanha! Passou tão rápido!! Já quase começo a ficar de banzo porque só falta (no máximo) 2 anos pra ir embora!! Risos... a louca, né?!

É impressionante como tudo pode passar num piscar de olhos, especialmente quando a vida tá boa! Sim, porque quando a gente tá cercada de perrengues por todos os lados, os minutos se arrastam... os meses não passam... e no final, quando percebemos que sim, já se passou um ano, a gente pensa: não é possível que SÓ tenha passado um ano!!

Não posso reclamar porque esse não é meu caso, viu?! Meu ano foi delicioso! Fizemos tanta coisa, nossa vida mudou tanto... e tem sido uma alegria atrás da outra!

Mas (de novo fazendo a louca) viver numa cidade intensa como Londres pode ser também um pouco angustiante! Nesse fim de semana, conversando com nossos hóspedes, estávamos comentando justamente sobre a quantidade de eventos acontecendo por aqui, só no fim de semana! 

Em Londres sempre rola muita coisa ao mesmo tempo... shows, feiras, concertos, atividades para crianças, eventos dos mais diversos (desde encontros para sair fotografando a cidade em turma, até encontro de amantes do café... e por aí vai!). E no verão a quantidade de eventos acaba se multiplicando! Todo  mundo vai pra rua e tende a ficar o dia todo aproveitando o tempo bom... aí é um prato cheio para inventar mais e mais coisas para se fazer! Nesse último mês, só aqui no bairro, foram organizadas 4 festas nas praças e ruas (dessas que fecham a rua para o evento, sabe?) durante o mês! Festival de música é outra coisa que tem a rodo no verão!

Aí já viu, né? Pra pessoa conseguir se programar precisa passar horas se atualizando, lendo os blogs e jornais, montar uma planilha no excel pra não perder nada e organizar os horários... é coisa pra profissional!! Risos...

Por isso eu fico com essa impressão de que milhares de coisas estão acontecendo e eu estou perdendo!! Entendeu? Agora não pareço mais tããão louca, né?! Rs...

Claro que tendo um bebê de 7 meses não dá pra se programar com tanta seriedade (aliás, fico contente quando consigo ler um mísero blog trazendo notícias sobre a programação da cidade! Rs... porque afinal falta tempo até pra isso!!). e, é claro que há também uma quantidade de eventos que não podemos participar, então nossa programação tende a ser bem específica. Isso, no entanto, não é exatamente um problema em uma cidade em que tem de tudo pra fazer!

Se por um lado me angustia ter tanta coisa rolando sem que eu consiga acompanhar, por outro lado, há uma (outra) grande vantagem de ter tanta coisa rolando na cidade (em especial no verão): dá pra escolher programa pra qualquer gosto! 

Outra coisa bacana é que a cidade te surpreende a todo momento, pois você se depara com os eventos no meio da rua, no meio do (seu) caminho, e acaba curtindo um pouco mais! Nesse fim de semana, por exemplo, voltando do passeio que escolhemos para nosso domingo, quando entramos na Regent's Street, no caminho de volta pra casa, descobrimos que ela estará fechada para pedestres aos domingos, com eventos programados por todo o verão! Já fiz aquela anotação mental para passear por ali nos domingos cujos temas mais me interessaram (sim, porque cada semana o evento tem uma temática diferente!).

Portanto, se você está pensando em vir visitar a cidade (em qualquer época do ano), sugiro dar uma lida nos blogs e revistas que tratam dos eventos que estarão rolando por aqui durante sua estadia. Tem muita coisa bacana e vale a pena se programar um pouquinho (eu, como boa virginiana gosto de me programar bem mais que "um pouquinho"... pensando bem, vai ver que é daí que vem essa minha loucura de sentir que estou perdendo os eventos! rsrs...).

Tem um monte de sites em que você acha as programações gerais. Você encontra facinho perguntando pro oráculo (leia-se, Google). Eu sugiro os sites da Time Out London, o Londonist, o More London e o All in London, mas tem vários outros! Os eventos, geralmente, também têm site próprio onde você encontra todas as informações a respeito de horário, o que vai rolar, se tem de pagar alguma coisa, etc.

Se você é como eu que adora pesquisar e programar a viagem antes dela acontecer (pra mim uma das etapas mais bacanas da viagem é se preparar pra ela!), divirta-se! E, se você não curte programação de viagem, prefere deixar as coisas "acontecerem", fica sossegado que em Londres sempre vai acontecer muita coisa! :)

Beijos,
Tila.