quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Livros - Julho a Dezembro/2017

Pronto, mais um ano que acabou! Aquele clichê básico de que "passou voando" está cada vez mais real na minha vida corrida... não tenho tempo pra nada! Rsrs... O pior de tudo é que agora, dando uma olhada na lista dos livros que eu li eu vi que praticamente não li nada nesse semestre!! Não sei se os livros que peguei eram muito complexos (não acho...), ou grandes (também não)... só sei que foi bem pouco... Talvez eu tenha lido tanta resenha e tanta amostra que não tive tempo pra ler os livros, mesmo! Rsrs...

Enfim, semestre que vem certamente vou ler mais, pois terei mais tempo na vida! Vamos à lista!
  • The Girl before: comprei esse livro porque a história se passava aqui em Londres e porque eu curto um livrinho de suspense... hehehe. Gostei desse porque ele conta duas histórias paralelas e eu curto livro assim. O melhor é que não é daqueles que você descobre o final já no meio do livro, sabe? E para quem gosta de arquitetura e design tem um apelo especial (um dos personagens é arquiteto, famoso, ganha prêmios, tem todo um novo conceito de construção, etc...). Achei bacaninha.

  • What Alice forgot: mais um da minha autora queridinha Liane Moriarty! Eu amei esse livro!! Conta a história de uma mulher que sofre um pequeno "acidente" na academia, desmaia e acorda sem lembrar nada do que aconteceu na vida dela nos últimos 10 anos. Ela não se lembra que se divorciou do marido, por exemplo, e "acorda" apaixonada por ele, como quando se casaram. Não lembra dos filhos! A história é muito bacana!!  E o bom que é que o leitor, como a personagem principal, não sabe de nada. Ou seja, você vai descobrindo, junto com a Alice, o que aconteceu nos últimos 10 anos! Rs... Adorei! Um dos livros dela que eu mais curti! Recomendo.

  • Everything we left behind: no semestre anterior eu tinha lido "Everything we keep" que é a história de uma mulher cujo noivo é dado como morto em uma viagem feita dias antes do casamento, até que ela descobre (um ano depois) que ele perdeu a memória e está vivendo outra vida em outro país. Esse livro aqui é a continuação daquele. A história do homem (o noivo) - como ele descobre que perdeu a memória, como ele recupera a memória, e o que acontece com a vida que ele construiu nesses anos que passou sem se lembrar de nada. Eu gostei. Mas recomendo ler o outro primeiro.

  • Call the midwife: depois do que eu sofri nas mãos das midwives  (parteiras) que fizeram meus partos aqui no UK eu deveria passar longe de qualquer coisa que a elas se referissem!! Rsrs... mas eu fui atrás desse livro porque a BBC o transformou em série e fez o maior sucesso por aqui! Conta a história de como as midwives atendiam as grávidas na década de 50, no "east end ", aqui em Londres. Me interessei mais pelo lance de descobrir como era a cidade naquela época do que pela história das midwives em si. No entanto, as histórias das pacientes e das crianças que nascem acabaram me interessando. Gostei do livro. E já comprei as sequências (acho que são mais 3).

  • Five rivers met on a wooded plain: esse livro foi super recomendado no lançamento. Li muitos elogios a ele e me interessei pela história - cinco personagens que têm a vida "entrelaçada" em razão de um acontecimento. O começo do livro é super difícil. Sabe quando não parece sair do lugar... achava que a personagem era desinteressante (e ela não é!), que o jeito que ela narrava era esquisito (na verdade a narrativa é do jeito que a personagem fala/pensa, cheia de gírias e tal...). Mas depois de umas páginas (umas 40... talvez?) comecei a amar o livro! Adorei!! Indico! E aconselho a insistir se você estiver achando a leitura difícil. Os personagens são muito interessantes. As vidas deles são bem diferentes, embora todos vivam numa cidade pequena do interior da Inglaterra. 

  • Small great things: esse livro eu comprei "errado", pois ele veio em capa dura e eu prefiro mil vezes os paperbacks para ler (mais leves, mais cômodos, mais fáceis!). Daí eu tava na preguiça monstra de pegar ler... até saber que o filme está para ser lançado. Como eu prefiro sempre ler o livro antes de ver o filme, corri para a estante e o li em 2 dias. Amei! Conta a história da morte de um bebê num hospital que leva ao julgamento da enfermeira, que é negra. Mostra como ela é "pré-julgada" pelos envolvidos, justamente por ser negra, embora tenha sido uma funcionária exemplar durante anos. Como isso impacta a vida dela (e da sua família), especialmente porque até então ela jamais admitiu que sofresse qualquer tipo de preconceito! É muito interessante, pois mostra não apenas a visão de quem tem o preconceito, e de quem sofre com ele conscientemente, mas também daquele que sofre o preconceito mas não percebe, ou se engana. Para completar o casal que perde o filho é neonazista... Recomendo demais! E, se for ler, corre pra ler antes de ver o filme!

  • The peculiar life of a lonely postman: comprei esse livro por causa do título. Achei tão interessante!! Mas, infelizmente, o título é mais legal que o livro. Rsrs... achei meio cansativo... meio chatinho (apesar de ser super curto). Não sei se o autor quis ser "poético" demais e desandou... ou se é chato, mesmo. Rsrs... mas, enfim. É a história de um carteiro que, solitário como é, começa a ler as cartas que tem de entregar, antes de concluir seu trabalho. Se apaixona por uma pessoa, e acaba conseguindo se corresponder com ela de um modo nada ortodoxo. Enfim... tinha tudo pra ser bacana, mas ficou chato.

  • The bookshop on the corner: esse livro é a história de uma bibliotecária que larga a vida que tem (depois de ser mandada embora de onde trabalhava), para abrir uma livraria "intinerante", dentro de uma van. Tipo, sonho!!! Queria muito viver assim!! Rsrs... É bacaninha. Leiturinha besta, mas que eu gostei! :)

  • The handmaid's tale: ouvi falar desse livro há alguns meses, quando todo mundo começou a comentar e elogiar a série de TV que é baseada nele. Li a resenha e como tratava de distopia, futuro, mundo todo diferente do que é hoje... não me interessei. Tenho um pouco de preguiça dessas histórias distópicas... rsrs... confesso. Mas aí eu comecei a ver a série e fiquei apaixonada! A série é demais! A direção, a trilha, a fotografia... são sensacionais!! Comecei a curtir a história e aí resolvi parar, e ler o livro primeiro. Claro que já fui sugestionada para a leitura, mas eu gostei bastante do livro. Tanto que agora estou procurando outros da mesma autora (Margaret Atwood) para comprar. A história é desse mundo, diferente (não me parece, necessariamente, que seja "no futuro"), no qual acontece uma revolução, nos EUA, baseada em princípios religiosos extremos. Sob o pretexto de que a sociedade está sendo exterminada por desígnos divinos (já que o mundo enfrenta uma crise em termos de reprodução humana - a grande maioria das mulheres não consegue mais engravidar), estes extremistas tomam o poder e acabam subjugando as mulheres, acabam com sua liberdade, perseguem os homossexuais, matam quem tenta fugir do regime, ou contra ele se rebelar... Enfim, é muito louco e bem interessante. Especialmente porque as coisas vão acontecendo (as mudanças radicais) e, a princípio, ou o pessoal não dá conta, ou não questiona, e quando vai ver já desandou, não tem volta... muito por conta da violência daqueles que tomaram o poder, mas também porque, no começo, ninguém acredita que possa piorar tanto. Recomendo a leitura e, depois, a série (acho que no Brasil tem no Netflix) - ainda que você, como eu, tenha restrições a distopias... rs 

Infelizmente estes são os únicos que eu li nesse semestre... mas, pelo menos, eu realmente amei alguns deles! Talvez o que eu tenha gostado mais tenha sido "Five rivers met on a wooded plain", mas "What Alice forgot" e "Small great things" também são excelentes! Muito difícil escolher o melhor!

Boas leituras! E feliz 2018! :)

Beijos,
Tila.

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Louca por chá



Devo começar esta postagem confessando que eu adoro chá! Na verdade, até a época de faculdade o único chá que eu tomava era chá mate com limão, na praia, no Rio. Meio limitado, né? Aí tenho uma amiga (conheci na faculdade) que adorava chá, e sempre que íamos tomar um café ela pedia um chá. Até que um dia, resolvi acompanhá-la.

No começo eu enchia a xícara de açúcar! Com o tempo percebi que o açúcar modificava completamente o gosto do chá (ah vá! o maldito modifica o gosto de tudo, não é?!). Passei a tomar cada vez com menos açúcar até aboli-lo de vez! E, aí sim, descobri que o sabor e o cheiro do chá são totalmente outros!! 

Com o tempo parei de associar o chá com o frio. Claro que é muito delícia fazer uma canecona de chá e sentar no sofá pra saboreá-la quando o tempo está frio... Tão aconchegante! Mas morando em Brasília, se eu fosse esperar dias frios pra tomar chá eu ia tomar umas 10 canecas por ano... e olhe lá!

Assim, tirando aqueles dias em que o calor tá rachando, me habituei a tomar um chazinho, mesmo se a temperatura não está abaixo de 18 graus (até porque, hoje em dia minha referência de frio já é outra, meu povo... muuuuito outra.... se a temperatura está em dois dígitos não qualifica como "frio").

Ainda falando sobre o ritual do chá confesso que eu amo canecas!! Amo! Viciada! Nível: não consigo me controlar!!

Em Lima nós tínhamos uma cozinha de sonho: com armários e mais armários... comprei tantas canecas! Tinha uma coleção, mesmo!! Cada dia escolhia uma diferente para tomar meu chá ou meu café (sim, eu também adoro um cafezinho!)! Mas aí, quando chegamos aqui e os armários tornaram-se artigos de (muito) luxo, tive de doar várias das minhas queridinhas... Algumas permaneceram empacotadas em caixas porque simplesmente não teria espaço para colocá-las em uso, e eu também não queria doá-las (na esperança de um dia voltar a ter armários na minha cozinha). Sim, me julguem. A acumuladora de livros e canecas!! Risos...

Mas, enfim... olha onde viemos parar! Na Terra da Rainha, também conhecida como "o maravilhoso mundo dos adoradores do chá"! A propósito, aqui há um dia nacional para comemorar o chá (21/04, por coincidência o dia do aniversário de D. Beth!)! Diz se a coisa aqui não é séria?!!

Estou no Paraíso!! Passear na seção de chás do supermercado é uma diversão! Para ser sincera eu não curto muito o que eles chamam de chás do "dia a dia", ou seja, aqueles que eles costumam tomar pela manhã (e/ou durante o resto do dia, como água... rs). São o Earl grey, Brakfast tea, English tea. Estes são feitos à base de chá preto e, por isso, têm o sabor bem forte. Não é à toa, portanto, que eles adicionam leite ou creme - e esse foi o jeito que eu aprendi a tomá-los, embora ainda prefira os outros tipos de chá. Tem gente que ao invés do leite (ou, além dele), ainda coloca meio quilo de açúcar na caneca... Foi o que me ofereceram na sala de parto, depois que tive os meninos. Uma caneca de chá, com muito açúcar! Pra acalmar, pra restabelecer, pra confortar. :)

Também aprendi, aqui, a tomar o chá sem ser no saquinho (sim... antes de chegar aqui eu nunca tinha tomado!). Tem uma série de apetrechos pra você comprar e coar o chá, preparar o chá, apoiar a "redinha" em que você coloca o chá... Aliás, comprei uma caneca ótima em que você coloca o chá a granel, joga a água, deixa apurando o tempo necessário, e depois coloca uma espécie de tampa que tem uma redinha. Com ela você vai empurrando as ervas para o fundo da caneca, para que você possa tomar o chá. É ótima e super prática - especialmente se você não quer fazer uma teapot cheia daquele sabor Invencionices de quem toma muito chá! :)

Aqui tem chá para todos os gostos e de todas as origens. Outro dia fiz uma mega compra em que comprei chá da Nigéria (por sinal, uma delícia, com "notas" de laranja - percebam que a pessoa já está se achando a expert falando em "notas"...), outro de Ruanda e outro de Yuannan (uma província chinesa que, obviamente, eu nunca tinha ouvido falar, até aparecer o chá...).

Aliás, essas mega compras estão acabando com o espaço dos meus armários!! Além da variedade incrível e dos sabores deliciosos, há caixinhas por um pound!! Isso... UM pound! Quem resiste?

Se alguém vier por aqui e tiver interesse, recomendo duas lojas, em especial, para serem visitadas. A primeira é a loja da Twinnings - marca super tradicional e que faz chá de tudo quanto é tipo - sabores e tipo (em saquinhos, em pirâmides, com as folhas/ervas soltas para coar). Adoro os chás de Cherry Bakewell (uma tortinha de cereja típica daqui que, alás, come-se tomando chá... rs), o de Spiced Camomile (com cravo, canela e outros temperos deliciosos), o de Caramelized Apple (humm...) e o Chai (no momento estou viciadíssima nele!). A loja é super antiga, e bonita. Fica na Strand (n. 216) e recomendo demais a visita! Há alguns cursos sobre o tema, caso você fique realmente interessado! ;)

Outro lugar que vale (muito) a pena ir visitar é a Fortnum & Mason, que é a casa que fornece chás para a família real. A loja é incrível - não apenas a seção dos chás, geléias e biscoitos, mas toda ela (tem a parte de acessórios femininos e masculinos, a parte de objetos de casa, incluindo aí jogos de chá maravilhosos!). Super recomendo o chá da China da coleção "Mundo" deles, além de uns sazonais que eles fazem (os da época do Natal são incríveis, e agora, no verão, fizeram um de laranja com cereja que é uma coisa!). A loja fica ali na 181, Picadilly Street. Para quem for vale aproveitar para tomar um chá no salão de chá deles. Não há nada mais tradicional e londrino como esta experiência! Se eu pudesse (e minha balança me permitisse), tomaria um chá desses por semana!! Rs...

Demorei a falar sobre chá! Essa postagem estava no rascunho há quase um ano!! Risos... Mas não tinha como estar morando aqui e não tratar desse assunto, não é mesmo?

Beijos,
Tila.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Livros - Janeiro a Junho/2017





Tenho lido muita coisa no Kindle nesses últimos tempos, mas outro dia percebi que estava com saudades de ler em livro de papel.

Há muito o Kindle salva minha vida, pois nesses tempos de amamentação é impossível ler em papel - não tenho mãos suficientes para tudo! Rs... Devo confessar que, por outro lado, ele se tornou um dispositivo um tanto quanto "perigoso" na minha mão. Afinal, embora eu ainda consiga controlar a quantidade de livros comprados x não lidos (aliás, de forma muito mais eficiente do que em relação aos livros físicos), a quantidade de amostras que eu tenho baixado nele é algo além das minhas capacidades de leitora!! Rs... 

Resultado: fico cheia de amostras "to do" - pois não consigo dar conta de ler todas, além dos livros que já comprei - e a minha lista de livros que quero ler só aumenta! Exponencialmente.

Outro ponto "negativo" é que, pesar do Kindle ter sido a forma que eu tenho usado para colocar minha leitura em dia, há alguns meses percebi que estava sentindo falta do papel. Louco isso, né? Adoro meu Kindle, acho a salvação da lavoura nessa fase da minha vida (além de adorar o fato de poder ler um pouco do livro antes de decidir comprá-lo, e poder carregar uma biblioteca sem levar tanto peso!), mas eu AMO o bom e velho livro de papel... rs...

Depois dessa crise de abstinência comecei a tentar intercalar livros "tradicionais" com o Kindle. Na realidade eu não consigo intercalar. O que eu faço é ler dois ao mesmo tempo: um fica do lado da cadeira de amamentação (no tablet), e no celular, e o outro fica ao lado da cama. Acabei me acostumando a ler dois livros ao mesmo tempo - coisa que eu não fazia há alguns anos atrás - e mato a saudade do papel!

Bom, nesse primeiro semestre li poucos livros, mas alguns foram ótimos! À lista!

  • "A man called Ove": no estilo de outros autores suecos que eu já li (Jonas Jonnasson), esse daqui conta a história de um senhor mau humorado e "sincerão" que não consegue colocar em prática seu (trágico) plano. É daqueles livros de humor irônico, que tem saído nos últimos anos. Já virou filme, inclusive. Eu gostei, embora não seja o melhor dos que eu li (gostei mais do Britt-Marie, que também li nesse semestre e comento abaixo). 

  • "Purple Hibiscus": é o segundo livro da Chimamanda Ngozi Adichie que eu leio (o primeiro, Americanah, li ano passado e adorei!). Ela é uma autora nigeriana e esse livro conta a história de uma família que vive no país. A realidade é chocante, mas ainda mais triste é a figura do patriarca. Como ele domina a família por meio da religiosidade. É interessante, embora eu tenha curtido mais o outro livro dela (gostei tanto que já comprei mais um para ler).

  • "The girl with no shadow": esse livro é a continuação de "Chocolate" (o livro que virou o filme famoso, com a Juliette Binoche). Mãe e filhas se instalam em Paris, numa vizinhança tranquila (?) em Montmartre, e cuidam de sua própria loja de chocolates. Cenário e tema deliciosos, mas eu já tinha achado "Chocolate" um livro médio... esse daqui eu não gostei. A personagem "nova" é confusa. Não entendemos muito bem seu propósito... ficamos meio perdidos... Não recomendo (a menos que você tenha adorado "Chocolate").

  • "The Breakdown": eu tinha lido outro livro dessa autora no semestre passado e amado ("Behind closed doors")! Esse aqui é a história de uma mulher que passa por uma situação extrema - tempestade, passa por um lugar perigoso, vê uma outra mulher dentro de um carro parado na estrada, não para e depois descobre que a mulher foi assassinada (não é spoiler porque isso tá na contra capa do livro! rs...). Daí ela começa a viver na maior tensão, e assim vai... O outro livro eu achei mais legal. Esse é "mais do mesmo", sabe?

  • "Moonlight Mile": eu li "Gone, Baby, Gone", do mesmo autor, e esse daqui é a continuação. Sem comparação. Sabe aquela história de que o segundo filme é sempre pior que o primeiro (ressalva feita, possivelmente, em relação ao "Poderoso Chefão")? Pois é. Não vale a pena. Há outros livros do Dennis Lehane que são muito melhores. Não vale a pena gastar seu tempo com esse daqui. 

  • "The Gustav Sonata": excelente. Sem dúvida o melhor do semestre! Amei! Amei! Amei! Uma leitura cheia de sentimento e nuances. É a história do Gustav, um menino que nasce logo após a guerra, filho de uma mãe fria (você descobre no meio da leitura o por quê dela ser tão fria e triste) e órfão de pai. Ainda assim - ou justamente por isso - um menino que se torna uma pessoa sensível, que enxerga o mundo e as pessoas de um jeito próprio e bonito. Recomendo até não poder mais! :) 

  • "The Last Anniversary": mais um da Liane Moriarty (minha queridinha do último ano). Não é o melhor dela, mas achei bem divertido. Conta a história de uma mulher que, por herança, vai morar em uma ilha, junto com a família do ex-namorado. A história da família tem um segredo guardado há décadas, que está para ser revelado. Divertido. Leve. Gostei.

  • "Britt-Marie was here": a Britt-Marie era uma personagem de um livro que eu li ano passado e gostei muito ("My grandmother send her regards and apologises")! Esse livro é sobre o que acontece com ela depois que o outro livro termina - mas dá para ler esse sem ter lido o outro. É um livro leve e delicioso. Ela é uma personagem daquelas que nos encantam com sua "bizarrisse"... rsrs... Adorei! É também uma história de superação, de como se reinventar depois de se decepcionar, Uma história de acordar para viver o que a vida ainda pode lhe oferecer.

  • "Everything we keep": o livro conta a história de uma mulher que perde o noivo dias antes do casamento e precisa seguir adiante, correr atrás da vida que ainda tem para viver e, no meio do caminho, suspeita que o noivo não está morto. É um livro-passatempo. Uma leitura sem pretensões. Mas eu gostei (tanto que estou, no momento, lendo a continuação...rs).

  • "Three wishes": olha a Liane aí outra vez! Rs... esse é bem legal! A história de trigêmeas, que começa a ser contada na noite em que completam 33 anos. Cada uma tem uma personalidade diferente. Encara a vida de jeitos totalmente diferentes - embora, como diz uma delas, tenham partilhado o mesmo útero por algum tempo! Rs... É engraçado. Leve. Divertido. Um dos que eu mais gostei  dessa autora!

  • "Commonwealth": eu amei esse livro! Havia lido a amostra há algum tempo no Kindle e agora baixei para ler. Devorei. A história de 6 filhos de dois casais desfeitos (e refeitos). A história dos filhos e a história dos pais. É muito interessante, bem escrito, daqueles que a gente não consegue largar. Recomendo! Se não tivesse amado tanto o "Gustav", esse seria o preferido do semestre! Ficou em segundo lugar. Mas com menção honrosa! :)

  • "I'll never be french": fui passar uns dias de férias na Normandia e queria um livro leve, sobre a França, para ler na viagem. Obviamente eu não consegui ler na viagem, nem antes dela (até porque, esse eu comprei em papel!). Mas é um livro gostoso e leve - ainda prefiro o Peter Mayle, mas é no (mesmo) estilo estrangeiro-passando-perrengue se habituando à vida na França e, ao mesmo tempo, aproveitando horrores viver num lugar tão delicioso!! :) 

Essas foram as leituras do primeiro semestre! Foram poucos, mas dei a sorte de ler livros que amei!! E os do segundo semestre vão pelo mesmo caminho... :)

Beijos,
Tila.

sexta-feira, 7 de julho de 2017

A falta que faz uma árvore

Estou amando morar num país em que as estações do ano realmente existem! Sim, porque no Brasil o inverno dura duas semanas em São Paulo e em Brasília sequer existe... Verão não tem hora pra começar nem pra acabar... Outono então, a gente nem ouve falar!

Mas aqui, apesar do inverno ser bem difícil (a falta de luz ainda é pior do que aguentar o frio!), ele tem seu charme. Quando ele chega é porque o Natal está vindo e a cidade fica linda!! E pode até parecer meio mórbido, mas mesmo no inverno eu consigo achar árvores lindas por aí... O outono quando chega, vem com suas cores incríveis, tanto no céu quanto nas folhas - e  é maravilhoso!! A primavera é linda, é uma libertação... uma animação que só quem vive a chegada dela, anunciando (especialmente) o fim do inverno, é que sabe! Como as pessoas comemoram sua chegada!! E o verão... ah o verão... ele traz liberdade, alegria, dias longos - com mais tempo para viver e para celebrar! Parques cheios, pessoas bem humoradas, programas para todos os lados e para todos os gostos... é uma beleza!!! 

Quando as estações existem parece que a gente percebe de uma forma diferente que o tempo está, realmente, passando... o ano passa diferente. Continua passando rápido demais, mas passa de um jeito diferente. É curioso! É, na verdade, muito mais divertido!! Porque a gente tem muito mais pra ver, pra sentir, e pra aproveitar!

Na frente da minha janela da cozinha tinha uma árvore que eu sempre me avisou que havíamos mudado de estação. Quando as folhas começavam a mudar de cor é porque o outono tinha chegado! Quando elas começavam a cair o "medo" do inverno já se instalava! Mas, quando as folhas voltavam a nascer, era um dia de muita alegria! Finalmente! A primavera chegando e o inverno indo embora!! Só quem já viveu invernos de verdade sabe o que isso significa!!! Mesmo que ainda esteja 4 graus de temperatura média, se as folhas começam a aparecer a expectativa já começa a aquecer, pelo menos, nosso coração!! Rs...

Aí, hoje pela manhã, enquanto eu dava comida para o filhote, começo a ouvir um barulho mega alto na rua! Não parecia caminhão... parecia uma máquina... parecia que estava dentro da minha cozinha! Fui até a janela e vi que estavam cortando minha árvore!!! (sim, minha... me apeguei!)

Gente... eu nunca fui daquelas pessoas mega super preocupadas com o meio ambiente - que se agarra na árvore pra ela não ser derrubada. Acho que minha preocupação é a de uma pessoa normal, com as barbaridades que o ser humano vem fazendo com a natureza. Faço minha reciclagem em casa (e na rua, sempre que dá!), tento diminuir o consumo de embalagens descartáveis e de água, essa coisas que o ser humano médio deve (devia?!) fazer.

Mas ver a minha árvore ser derrubada e triturada (esse era o barulho), ali, na minha frente, sem poder fazer nada?! Juro que eu quis chorar. Senti uma tristeza... e olha que a árvore nem era enorme, frondosa... era uma árvore de calçada, mirradinha... Mas era minha companheira... de todos os dias ... e de muitas madrugadas, também. 

Agora a calçada tá ali... pelada. Horrorosa! E, embora eu consiga ver outras árvores, olhando pela mesma janela, eu sei que vou sentir falta daquela árvore quando chegar o outono e depois, quando chegar o inverno. Vou encostar na pia, tomando meu chazinho e vou pensar: será que as folhas daquela árvore, a essa altura, já teriam caído?

Curioso como algo simples pode fazer uma grande diferença.

Beijos,
Tila.  

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Vida Lôca

Vou sair um pouco do tema do blog, para fazer um desabafo e prestar uma homenagem. Aliás, pensando bem, o blog é para contar as novidades do que rola aqui na Maison Bauer e não necessariamente um blog de dicas de Londres, né? Então, nem estou saindo tanto assim do tema... rs

Gente... como é que minha mãe conseguiu cuidar de dois bebês sem ajuda de ninguém? Pior, tendo que lavar um trilhão de fraldas - porque eu e meu irmão éramos alérgicos à fralda descartável - sem máquina de lavar roupas, sem secadora. Cuidou de nós (temos 1 ano e 10 meses de diferença), e da casa sem faxineira, sem empregada, e sem família perto pra ajudar! Ok, no começo ela tinha ajuda da Nana, minha tia querida, que, na época, era adolescente e, embora estudasse, ajudava com o que podia. Mas mesmo assim...

Hoje foi o primeiro dia que fiquei sozinha com os meninos - pra quem não sabe, os dois têm 1 ano e 11 meses de diferença. Quando o caçula nasceu minha mãe estava aqui, o marido tirou licença paternidade, depois chegou meu pai (ficou aqui 20 dias), meu irmão, minha cunhada e meu sobrinho (ficaram 1 semana), minha mãe continuou aqui até o pequeno fazer 2 meses, depois meu marido tirou férias e ficou quase 4 semanas em casa. Ou seja, durante todo esse tempo teve gente aqui em casa pra me ajudar a cuidar das crias. Nossa que maravilha, né? Pois é... Só que hoje o marido voltou a trabalhar e eu fiquei sozinha com os dois em casa. E estava tendo pesadelos com esse dia há 2 meses! Risos...

No começo da manhã tava tudo certo, o caçula nem acordou pra mamada das 8 da manhã e eu tive a folga pra ficar com o mais velho. Chorou porque o pai voltou a trabalhar... mas o pior foi amanhecer com os olhos inchados e vermelhos. Aviso da escola que ele não devia ir porque podia ser conjuntivite. Assim, teríamos de ir ao farmacêutico confirmar e, se fosse o caso, comprar o remédio. 

Cara... já tentou sair de casa com duas crianças num frio de -2 graus? Pois é. É difícil. Difícil nível "quase impossível". 

Primeiro você vai cuidar do mais velho porque sabe que, no momento em que colocar o pequeno no carrinho, ele vai se esgoelar e você vai enlouquecer.

Então você pega o mais velho que, por acaso está na fase do "terrible two" (e se você não conhece essa fase, sorte sua!). Coloca trezentas roupas nele que, enquanto isso chora (muito), porque não quer colocar a calça, não quer colocar a meia, não quer colocar o moletom... tudo isso porque ele acha que você está colocando esse monte de roupa pra ele ir pra escola. 

Passa o tempo todo esperneando e gritando: "Não qué cola! Não qué cola!!". E você explicando que não, que não é pra ir pra escola, é só pra ir pra farmácia (que, by the way, fica no caminho da escola e você já pensa que vai ter de fazer um caminho alternativo senão capaz do menino ter uma síncope e espernear tanto que pode derrubar o carrinho no meio da rua!).

Aí, beleza... você consegue terminar de colocar a roupa nele, mas ainda falta a sua e a do pequeno. Carrega o mais velho pro seu quarto, porque ele ainda está chorando e é capaz de arrancar a roupa enquanto você não está mais de olho. Coloca sua roupa (de novo, bastaaaante roupa) em 2 minutos porque esse é o tempo máximo que os pequerruchos te concedem sem que os vizinhos chamem a polícia para checar o que está acontecendo.

Fica aquela beleza, né? Tudo não combinando. Aquela roupa que parece que você tá indo na feira. Aquela que você usa quase todo dia e não aguenta mais! Seja porque você ainda não cabe em mais da metade do seu guarda roupa, seja porque é a que tá na mão e, também, porque é uniforme de mãe que corre pra lá e pra cá: aquela calça bailarina (sim, ela ainda existe!) preta (mãe ainda gordinha da gravidez só usa preto), uma camiseta qualquer, cachecol, luva, gorro e aquele casaco enorme da Uniqlo, que te faz lembrar ainda mais o boneco da Michelin, porque só ele te defende do frio bizarro!

Agora, vamos pro caçula! Ah, mas peraí... Você resolve já "prender" o mais velho no carrinho porque não aguenta mais ter de correr atrás dele pela casa enquanto tenta colocar a calça ou a camiseta. Meia hora pra amarrar ele no carrinho porque, afinal, com essa roupa de astronauta os cintos de segurança precisam ser afrouxados e, mesmo assim, continuam apertados. Ah, tem de colocar ele dentro do cocoon (pra quem não mora no frio congelante, é tipo um saco de dormir que fica preso no carrinho, para que criança fique mais protegida do frio). Mais um tempinho pra ajustar a porcaria do cocoon! E, ok. Muitas lágrimas e esperneio depois, o bichinho tá preso. Você deixa o carrinho de frente pra TV para ver se a Peppa consegue o que você não tá conseguindo: acalmar seu próprio filho!

E vamos, finalmente, ao caçula! O bichinho tá dormindo então, vai ser mais fácil!! Você pega ele e começa a tentar colocar o casaquinho, rezando para ele não acordar... mas, pá! No primeiro braço que você coloca no casaco ele acorda. Claro. Olha pra você com aquela cara de "porque diachos você me acordou se insistiu tanto pra eu dormir??". Você tenta colocar o casaco o mais rápido que pode, já tenta enfiar um gorro na cabeça dele e corre com ele pro carrinho!

Coloca ele no carrinho e i-m-e-d-i-a-t-a-m-e-n-t-e ele começa a chorar... Porque, afinal, o carrinho tem espinho. Só pode ser isso. 

Enquanto ele tá chorando você coloca a bota (super difícil de amarrar pulando num pé só enquanto você tenta, também, agarrar a bolsa correndo), veste o casaco, pendura o cachecol no carrinho e sai correndo de casa... Nesse momento o choro já virou grito e você só pensa em chegar logo na rua para ver se ele para de chorar porque, por sorte, quando ele anda na rua ele dorme (quer dizer... quase sempre...). 

Mas o elevador não chega e você começa achar que o vizinho ou o porteiro realmente vão chamar a polícia (teve um dia que o porteiro realmente veio ver o que tava acontecendo... me perguntou o que estávamos fazendo com o garoto... Sentiu o drama?). A propósito, depois desse episódio descobri que o vizinho já não mora mais aqui, o que me aliviou um pouco (porque ainda temos vizinhos nos outros andares, né?).

Elevador chegou, você conseguiu descer com as feras, conseguiu colocar seu gorro, cachecol e luva, e, finalmente, saiu do prédio! Tá chovendo. Sério. Tá chovendo. 

Aí você pensa: São Pedro... tá de sacanagem, né? Mas daí resolve que não vai se entregar. Afinal, faz 40 minutos que você está se preparando pra sair de casa... sim, 40 minutos... e retroceder, jamais! Se você volta pra casa vai ter de passar por tudo de novo (afinal, não dá pra deixar os dois assando dentro do carrinho até a chuva passar!). 

Então, você coloca o capuz do seu casaco e vai! Afinal, as crianças já estão cobertas pela capa do carrinho (aliás, o mais novo... porque o mais velho briga com você o caminho todo, pois ele não quer que você abra a cobertura do carrinho... aí você puxa pra fechar e ele puxa pra abrir... tipo, o caminho todo...). E lá vai você, cantando na chuva, porque quem canta os males espanta, né? Portanto, nessa horas nada melhor do que mandar um: "the wheels on the bus, go round and round..."  (porque essas são as músicas que você canta agora).

Ufa.

Tudo isso pra dizer que eu realmente admiro quem conseguiu / consegue dar conta de duas crianças pequenas sem nenhuma ajuda. Porque eu, que tenho ajuda da máquina de lavar/secar roupa e da máquina de lavar pratos, além de faxineira por 8 horas na semana, e com a sorte de ter um marido que é pai, tô dando conta não!!! (ou melhor... tô dando conta... mas tô o pó!!!)

Beijos,

Tila.

PS: eu comecei a escrever esse texto há 6 dias atrás. Hoje, finalmente, consegui terminar e postar porque hoje, por milagre, os dois dormiram ao mesmo tempo E ainda não acordaram (faz uns 30 minutos... agora é correr pra preparar algo pro almoço, e fazer um chá porque mamãe tá dodói e não tem tempo pra se cuidar... obviamente).

PS2: sim, era conjuntivite e ele teve de ficar em casa o dia todo. Detalhe, na semana seguinte não teria aulas, pois é o intervalo do bimestre. Sim, isso significa que teria uma semana inteira com os dois o dia todo em casa.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Livros - Agosto a Dezembro de 2016



Antes de mais nada preciso compartilhar uma descoberta que me deixou feliz como criança no dia do Natal!! Risos... Tem uma coisa da qual me orgulho muito, que são meus livros! Tenho estantes lotadas de livros - ok, muitos deles ainda fazem parte da minha "biblioteca do exílio" (aquela que eu comecei a montar em Brasília, pensando na possibilidade de sermos removidos para o Congo e eu não conseguir comprar livros suficientes para suprir a minha "demanda"). Mas mesmo assim, tenho vários lidos (e vários não lidos, mas que me dão um conforto gigantesco só de saber que estão ali! À mão!Rs...). Meu sonho é ter uma casa com uma biblioteca linda, organizada e com aquelas poltronas aconchegantes e luminárias lindas, uma biblioteca pra chamar de "minha"!! Risos...

Só que nesse meu afã de comprar livros e mais livros, especialmente depois que eu descobri que a Amazon aqui vende livros usados em ótimo estado (e pela bagatelas de 2 ou 3 pounds!), eu acabei comprando um livro que já tinha (ainda não tinha lido, por isso não havia "registrado" a história e comprei novamente... calma lá... não sou tão louca assim!!! Rs...). 

Quando estava em Brasília montando a tal da biblioteca do exílio eu tinha uma lista dos livros comprados e não lidos, exatamente para não me perder... mas, em algum momento da maternidade eu deixei essa lista pra lá porque já não tinha mais tempo de atualizar... aí deu nisso.

Bom, depois da gafe eu saí procurando um aplicativo que me ajudasse. Pensei num aplicativo porque assim poderia usá-lo tanto quando estivesse em casa comprando pela internet, como quando estivesse explorando uma livraria in loco. Depois de pesquisar um pouco (sim, mãe full time não tem tempo pra muita coisa... rs) baixei o Book Budy+. Gente... pinto no lixo define! Eu fiquei tão feliz! Mas tão feliz!! Dá pra cadastrar vários livros pelo código de barras (o que facilita um bocado quando você tem centenas de livros pra cadastrar), ou procurar on line, e ainda adicionar manualmente (sim, vários eu precisei cadastrar manualmente, infelizmente). Mas só o fato da virginiana aqui conseguir manter seus livros em um cadastro organizado, em que você pode pesquisar por lidos / não lidos, por título, por autor, editora... aaaaahhhh que maravilha!! 

Já cadastrei todos os não lidos, porque são mais "urgentes". Compartilhei a informação da quantidade dos não lidos com o marido e ele me olhou com uma cara de sua louca! 

Me arrependi um pouco de dividir com ele essa minha "conquista", porque acho que ele não entendeu muito bem... Mas, depois disso, quando eu estava comprando mais uns livrinhos ele mandou um: "mas você não tinha mais de 200 livros não lidos?!". Ao que eu respondi, obviamente: "sim, mas quando eu for velhinha eu terei todo o tempo do mundo para ler tudo que ainda não li!! É um investimento, amor!!". Acho que o convenci.

Fato é que, feliz da vida eu tenho agora todos os meus livros catalogados!! Alegria de virginiana viciada em livros é isso aí!!

Agora, à lista dos lidos no segundo semestre de 2016. Resolvi ler bastante pra antecipar a aridez que deverá ser o próximo semestre... risos... Mas, deixarei os livros um pouco de lado pelo melhor motivo do mundo!! :)

  • The husband's secretcomprei esse livro porque o lançamento mais recente da autora - Liane Moriarty - está fazendo o maior sucesso (ou, pelo menos, a Penguin não deixa que saia da minha timeline no Facebook!). Fiquei curiosa, mas ao invés de começar pelo lançamento, comecei por um mais antigo que tinha boas resenhas na Amazon (baixei no Kindle... costumo baixar no Kindle livros de autores dos quais nunca ouvi falar... risos... e também porque, geralmente, os preços são mais atrativos). Adorei!! Sabe daqueles livros que você não consegue parar de ler?! É esse! Conta as histórias de 3 mulheres, que acabam se entrelaçando. As histórias são muito boas e o que as conecta é um fato surpreendente. Não é a toa que acabando de ler esse eu já comprei outro da mesma autora
  • Big Little Lies: outro da Liane Moriarty. Conta a história de três mulheres, mães de crianças que estudam na mesma escola. As três são completamente diferentes. Me interessei pelo tema, claro, por isso acabei comprando antes do tal do lançamento que está fazendo sucesso. Outro que gostei muito!! Não parei de ler enquanto não acabei. Tão delícia quando a gente pega um livro e não consegue largar, não é?! 
  • Notes from a small island: esse daqui eu comprei porque foi um super best seller aqui na terra da Rainha. Conta as histórias e experiências vividas por um americano, que viver por um tempo aqui na Inglaterra quando era jovem, e depois voltou para viver com sua família, por um longo período. Quando está para voltar aos EUA resolve fazer uma última viagem pela "small island", para conhecer o que ainda não conhecia e reviver algumas experiências. É interessante, pois ele além de nos descrever recantos desconhecidos que valem a pena conhecer traz um interessante retrato do que é o Reino Unido e, especialmente, do que é o britânico - seus costumes, manias, o jeito do pessoal, mesmo! Sinceramente eu achei que seria um pouco mais interessante - tem partes em que eu acho que ele se perde um pouco... Mas, por outro lado, há "insights" bem bacanas e comentários divertidos (como, por exemplo, a habilidade do britânico em colocar nomes esquisitos nas cidades, o fato de que qualquer cidade por menor que seja tem sempre uma WHS e uma M&S - e aí você está "salvo" porque sabe que está no Reino Unido), além de constatações que eu também já fiz, morando por aqui (uma delas, por exemplo, é que o pessoal é extremamente educado... tanto que mesmo quando eles estão certos e você está errado eles te pedem desculpas antes de pedir pra você sair do meio do caminho, ou arrumar algo que você quebrou). Acho interessante a leitura para conhecer um pouco mais do que se passa por aqui. Mas é de conteúdo bem específico, né?! Rs...
  • Number 11: outro dia eu tive a sorte de conseguir entrar na Waterstones (a maior cadeia de livrarias daqui do Reino Unido) e poder me "perder" por uma horinha (o David tava dormindo... bendito seja!! rs...)!! Daí aproveitei para dar uma olhada nos vários livros e aumentar minha listinha de "desejos", além de comprar alguns em promoção (sempre tem um "buy 1 get 1 half price" - adooooooro!! rs...). Daí dentre as aquisições eu comprei esse daqui. Vou ser sincera: achei a capa demais de linda e, como contava histórias na Inglaterra, acabei me convencendo. Rs... O começo é meio devagar, mas depois engata. São várias histórias, contadas ao longo dos anos, que envolvem duas amigas de infância (no começo do livro, não tão amigas, mas logo depois da primeira história a amizade nasce). Foi uma boa diversão, mas não é apaixonante! 
  • Behind closed doors: ah esse aqui!! Eu baixei a amostra no Kindle e comecei a ler imediatamente. É a história de um casal que é perfeito. Tudo que a mulher fala do marido e vice-versa é a mais perfeita perfeição (ok... entendi que não ficou bom... mas é isso mesmo!). Eles se amam, a vida é maravilhosa, ele é maravilhoso, ela é maravilhosa... tudo tão perfeito que dá pra desconfiar. E daí que você descobre que ninguém é perfeito nada, e que é tudo uma farsa. Só que na hora que comecei a ler a parte do livro que vai chegando nessa conclusão, acabou a amostra! Corri desesperada (sério, desesperada!) pra baixar/compra o livro e, surpresa! Disponível em 10/08 (isso era em 05/08, vai...). Cara. Desespero. Fiquei tão brava! Mas daí, depois de terminar esses outros que comentei aí em cima, eu comprei o livro e li todinho. Em 1 dia. Não larguei. Amei!
  • The little village bakery: sabendo que daqui a alguns meses minha capacidade de leitura estará um tanto quanto comprometida, já comecei a buscar uns livros para baixar no Kindle - já que essa será a única forma de conseguir ler um pouco, quando as mamadas da madrugada começarem a ficar um pouco mais tranquilas. Daí encontrei uns livros desses bem bobinhos, mas que têm relação com o Natal (vai coincidir a época... eu adoro Natal... enfim, achei que seria uma boa opção... Afinal, não dá pra ler Kafka enquanto você está amamentando, né?!). Daí encontrei um que me pareceu bacaninha, mas que era o "volume II", a continuação desse aqui. Resolvi comprar esse aqui primeiro para ver se o outro ia valer a pena... rs. Mas não acho que vai valer a pena não... É uma leiturinha leve e bobinha, mas tem um tal de um "mistério" que, sério... na hora que a autora revela você quer matar um! Ela, ou a personagem principal, que fez do tal mistério um monstro e é a coisa mais idiota do mundo! Ok... não é idiota em si, mas o fantasma que a nêga cria em cima disso me deixou bem enraivecida. Tipo, fiota... terapia!!! PeloamordeDeus! Nunca ouviu falar?! Quase larguei o livro pra lá... só não larguei porque é meio contra os meus princípios largar livro pela metade (e esse aqui já estava bem no quarto final, quando eu fiquei irritada).Enfim... acho que não vou comprar o outro.
  • Destinos e fúrias: esse livro estava há algum tempo naquelas mesas de destaques das livrarias aqui em Londres. Já tinha visto também algumas pessoas lendo na rua, no ônibus, no trem... daí fiquei curiosa. Um dia encontrei ele no Kindle em português, baratinho, daí resolvi comprar. O livro é longo, e a primeira parte é beeeem chatinha. Na verdade eu não gosto muito quando o autor escreve em prosa, mas quer dar aquela poetizada, sabe? Fica invertendo a ordem das frases... fazendo frases curtas para serem "de impacto"... trazendo tudo pro abstrato... Enfim... acho meio pretensioso. Além disso, as resenhas que li do livro me pareceram não ter nada a ver com a história. Estive a ponto de largá-lo por várias vezes, mas infelizmente ainda não consegui desenvolver o desprendimento necessário para largar livros no meio... Eu sei... eu si... tem milhares de livros no mundo que eu quero ler e o melhor seria não ficar me atendo àqueles que não estou gostando... Mas nesse momento eu tenho 4 livros na minha mesinha de cabeceira que eu já larguei no meio do caminho... Daí fico com pena de largar mais um por ali... Enfim... A primeira parte é arrastada, chata, pretensiosa... A segunda parte (a da fúria) é BEM melhor! Sendo assim, no fim das contas eu achei que valeu a pena não desistir. Mas não sei se isso é suficiente para eu indicar o livro... rs... A história é de um casal que se encontra, se apaixona e se casa bem rápido. São jovens e têm a vida pela frente. A primeira parte do livro é contada na perspectiva no homem. A segunda, na perspectiva da mulher, e aí você começa a descobrir que muito de tudo aquilo que o cara contou na primeira parte do livro era uma ilusão. Nesse ponto, e por isso mesmo, a segunda parte é tão mais interessante.
  • Rules of civility: me deparei com outro livro desse autor (Amor Towles) que me chamou a atenção ("A gentleman in Moscow"), mas que ainda não havia sido lançado. Então, resolvi baixar uma amostra de um livro anterior dele, para ver se eu gostava da leitura e, aí sim, poder comprar o novo, se fosse o caso. Amei a amostra e assim que terminei de ler já comprei esse aqui para poder terminar de ler! A história se passa no final dos anos 30, em NY. Encontros e desencontros ocorridos em um ano da vida da narradora. Um sujeito que entra de repente na vida dela, por quem ela se apaixona, mas tem de "dividi-lo" com sua melhor amiga, até que um acontecimento inesperado determina o rumo da história do triângulo. Os personagens são interessantes e a narrativa é muito boa! Recomendo! E agora vou atrás do outro que foi lançado esse ano para ver se gosto também!
  • Nutshell: depois que eu li "Atonement", do Ian McEwan (aliás, um dos melhores livros que eu já li na vida!), compro tudo dele que vejo pela frente. Tem livros dele que eu gostei muito, mas tem outros que eu achei super fraquinhos... não dá pra ganhar todas nessa vida, não é? Esse daqui lançou há pouco, está em todas as livrarias, então resolvi aproveitar. Ainda não resolvi se eu gostei... risos... O livro conta a história de um triângulo amoroso entre uma mulher e dois irmãos - casada com o primeiro, coloca ele pra fora de casa e "recebe" o irmão dele. Só que é contado pelo bebê que ela está esperando... do marido. Não sei se foi isso que me deixou com uma sensação estranha em relação ao livro (talvez porque eu li enquanto estava grávida?), mas sei que foi justamente por isso que eu achei interessante ler a história... Estranho, né? Mixed feelings total... rsrs... Só sei que não é um dos livros dele que eu amei! Mas talvez ainda valha a pena recomendar... sinceramente, na dúvida!
  • The children's act: aproveitando que eu tinha lido o Ian McEwan resolvi pegar esse daqui, também dele, que estava na estante há alguns meses. Esse eu adorei! Super recomendo, sem a menor dúvida! É um livro super curtinho, li em duas noites... A história é de uma juíza da alta corte de Londres, que cuida de casos de família, e se depara com um daqueles casos super delicados, que envolvem moral, religião, família, vida ou morte... Ela tem uma decisão super importante, e urgente para tomar, e no meio de tudo isso vive uma crise pessoal que a abala bastante. O livro flui, a linguagem é impecável, a leitura é uma delícia! Adorei, mesmo!
  • Falling: confesso que comprei esse livro pela capa! Rs... achei tão bonita, daí li a resenha e achei que seria interessante. É um livro fácil de ler e, ao mesmo tempo, trata de temas interessantes. Conta a história de mãe, filha e avó que têm cada uma seus conflitos pessoais e são colocadas em uma situação em que, confrontadas, precisam enfrentar seus medos. Embora trate de temas meio "pesados" a leitura é super leve. Eu gostei. Um livro que foi fácil de ler, num período em que minha vida estava uma correria só (38 semanas de gestação... dá pra imaginar, né?).
Li bem pouco nessse semestre... Muito menos do que eu gostaria. É bem verdade que eu comecei e larguei no meio uns 3 ou 4 livros (detesto fazer isso, mas estava levando o conselho do Nick Hornby a sério - tem tanto livro pra ler no mundo que não dá pra perder tempo com livro que não vale a pena), mas mesmo assim li bem menos do que eu queria. Agora estou com um no Kindle - que é o que dá pra ler nas madrugadas - que também está devagar quase parando... Mas mais por falta de pique (minha) do que por culpa do livro. Tenho estado tão cansada que não consigo ler nada e, diferentemente do primeiro Baby, cujas mamadas demoravam cerca de uma hora, o caçula é mais eficiente e a mamada tem demorado muito menos... por isso nem tenho pique de começar a ler - quero mesmo é voltar logo pra cama!! Rs...

De todo modo, espero conseguir ler coisas boas nesse semestre (já que serão poucas, que sejam poucas e boas!)! Tem tanto livro que eu quero ler! Tantos premiados e listados em prêmios interessantes... Tomara que eu consiga!

Beijos,
Tila.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Diário de Viagem: Hay on Wye, a cidade dos livros!

No dia do meu aniversário foi feriado aqui no Reino Unido e como só temos 4 feriados por ano, somado ao fato de que daqui a pouco nossa mobilidade ficará meio reduzida por um tempinho, aproveitamos para viajar! Fomos para o interior, numa região que ainda não conhecíamos - Cotswolds. Ficamos em um chalé perto da cidade de Gloucester e dali eu quis fazer um passeio até Hay on Wye, pois há muito queria conhecer a cidade. O motivo é simples: a cidadezinha, embora minúscula, é conhecida como a "Cidade dos livros"!

Hay on Wye fica na fronteira com o País de Gales (mais precisamente do lado de lá da fronteira) e é realmente bem pequena (menos de 2 mil habitantes), mas extremamente charmosa! A cidade é conhecida por ter uma grande quantidade de sebos, livrarias e antiquários (de livros). Diversos destes estabelecimentos são especializados. Você encontra uma livraria/sebo que só vende livros sobre botânica, outra que só vende livros de poesia, outra que só vende livros de geografia e mapas, outra só vende livros de mistério, policiais e crimes... Sério. Para alguém que como eu ama livros, é uma perdição!! Claro que o festival literário de lá é super famoso, atraindo cerca de 150 mil pessoas a cada ano!!

A vocação para cidade dos livros começou na década de 60 quando um comerciante resolveu abrir um sebo em uma antiga estação do corpo de bombeiros. O negócio cresceu e outros comerciantes seguiram a tendência. Hoje são mais de  livrarias/sebos. Para se ter uma ideia, tem uma livraria até dentro do único cinema da cidade!

Na entrada da cidade você se depara com um pequeno castelo em ruínas, pelo qual começamos nosso passeio. Nos deparamos, ali no castelo, mesmo, com um espaço que parecia uma banca, com várias prateleiras lotadas de livros e um aviso, em uma caixa (parecida com uma caixa de correio): "Por favor, pague aqui. Livros de capa dura = 1,00 Pound / demais livros = 0,50 Pounds / A caixa de coleta do dinheiro é esvaziada uma vez por dia". Sério. Muitos e muitos livros deixados na prateleira, e uma caixa em que as pessoas interessadas nos livros deixavam o valor correspondente à sua aquisição. Não tinha vendedor. Não tinha como controlar quem levava (e pagava) o quê. Inacreditável.








Do outro lado do pátio do antigo castelo mais prateleiras e livros, vendidos do mesmo jeito. Coisas que você só vê por aqui, né? Eu vejo isso e sempre penso: "ah se fosse no Brasil...". É bem triste, mas cada vez mais me convenço de que estamos anos luz de nos tornarmos um país civilizado... Vejo muita coisa surpreendente por aqui e, cada vez mais, vejo coisas surpreendentes no Brasil - infelizmente, negativas...

Mas, enfim... voltando pro passeio!

A cidade é uma graça. As construções são super bonitas, como em geral é no interior do Reino Unido. Fica perto de um vale lindo (o do rio Wye) e é cercada por montanhas. Como eu disse, é uma cidade beeeeem pequenininha, então em 20 minutos você já conheceu tudo... Isso é, se você não parar a cada meio minuto numa livraria, ou em um café charmosinho (há vários pela cidade).

















Como eu precisava de um certo auto-controle... ou algo para limitar minha loucura, entrei em algumas livrarias, mas resolvi comprar apenas em uma delas. A escolhida foi a maior: a Richard Booth's Bookshop. O lugar é um sonho. Eu podia morar lá dentro, sem o menor problema! A quantidade de livros é impressionante... sobre todos os assuntos que você possa imaginar! Três andares de livros e mais livros, num ambiente super acolhedor!






No fim das contas o "estrago" não foi tão grande... Comprei 8 livros, só. Na verdade, marido e filho esperando do lado de fora da livraria dão uma pressionada básica na minha fome de livros. E achei que não seria apropriado falar pra eles me deixarem lá e voltar no fim do dia... Mas, ok! Valeu MUITO o passeio! Achei a cidade interessantíssima! E, afinal, encontrei um lugar pra morar caso a gente resolva largar tudo na vida e morar no interior! Risos...

Beijos,
Tila.