domingo, 13 de julho de 2014

Chegamos!

Chegamos em Londres!! A cidade que eu vou chamar de "minha" pelos próximos anos! Cidade que eu adoro! Pela qual me apaixonei desde a primeira vez que vim aqui há 19 anos atrás (nossa... que véia! Não devia escrever esse tipo de coisa... registrar para posteridade... rs). Estamos aqui há cerca de 10 dias, ainda nos acostumando às milhares de mudanças, especialmente se comparamos com a vida que tínhamos em Lima.

Hospedados provisoriamente em uma apartamento perto do trabalho do marido, porque afinal, é preciso facilitar a vida... Passamos os últimos dias rodando a cidade de cima à baixo, correndo pra lá e pra cá, na busca do apartamento. Sempre ela... tão difícil. Sem dúvida a parte mais chata da mudança.

Choque de realidade. Já sabíamos que seria tudo muito diferente... a começar pelo tamanho. Me desfiz de (pelo menos) 1/4 da nossa casa em Lima... Doei roupa, sapatos, bolsas, bijoux, maquiagem, roupa de cama, de banho, de mesa, toalhas de prato, louça, bebidas, malas e utensílios domésticos! Joguei fora uma tonelada de papel. Mandei pastas e mais pastas de documentos pro Brasil. Doei material de escritório, livros, cadernos e um monte de coisas que não teria condições de guardar por pura falta de espaço. Deu um trabalho enorme. A mudança foi muito mais difícil e trabalhosa do que a anterior. 

E já constatamos que tudo isso não foi suficiente. Ainda temos coisa demais para caber numa casa padrão londrino.

Não quero morar longe demais do centro da cidade. Se eu tenho a oportunidade única de morar em uma cidade incrível, não vejo razão para morar "longe" dela. Quero sair de casa e estar em Londres, ver Londres, me sentir em Londres!

O que nos traz ao segundo problema. Aqui temos o aluguel mais caro do mundo. Não é mentira. Li uma pesquisa que dizia isso antes mesmo de chegar aqui e, infelizmente, já pude constatar a dura realidade. Nem vou entrar em detalhes de valores porque a realidade é tão chocante que pode dar pesadelo em vocês. E eu não estou falando apenas do valor convertido em reais (esse, então, é simplesmente impensável!!).

Falando em conversão, como ainda não estamos aqui há tanto tempo, a mera conversão de uma comprinha básica de café da manhã para os primeiros dias, no dia em que chegamos, nos deixou chocados. Mais ou menos uns R$ 80,00 de pão, queijo, suco, frutas... Conclusão: parar já com essa história de ficar convertendo tudo. 

Na (minha) teoria, para não ficar tão perdida e ver se o preço está abusivo, é só comparar em termos de moeda. O cafezinho custa geralmente 3 ou 4 moedas (R$ 3,00/4,00 no Brasil, S./ 3,00/4,00 em Lima... e assim vai). Portanto, se o cafezinho custar 10 moedas estão te assaltando... aqui, no Brasil ou em Lima. Claro que isso vale para coisas do dia a dia... as coisas mais caras precisam de conversão! Mas, por enquanto, é essa a técnica que estamos usando para não entrar em desespero e mandar o container da mudança voltar do porto mesmo, quando atracar.

Outro problema dos apartamentos aqui: esquece a existência de uma área de serviço. Quer lavar roupa na mão? Sorry, mas não dá. Primeiro porque não existe tanque. Segundo porque não tem lugar pra guardar balde. Terceiro: tá pensando em pendurar as roupas onde? Isso também é um problema sério mesmo para as roupas que lavamos na máquina, porque, sem área de serviço, não temos onde pendurar nada... já me disseram que eles colocam em cima dos radiadores que aquecem a casa... oi?! Eu até tenho um varal portátil... que vai ter de ser montado, provavelmente, na sala... no corredor... enfim, lama total pra quem gosta de ter uma casota arrumada.

E as cozinhas que não têm janela? E os quartos e banheiros que não têm armários? Esse povo não frita bife? Guarda as coisas onde? (provavelmente num baú, considerando que lavando - e às vezes secando - tudo na máquina deve encolher tudo, ficar tudo amassado... sei lá!).

E tem os carpetes... ô povo pra gostar de um carpete! Será que a galera aqui não tem alergia? Descobrimos que muitos apartamentos não têm autorização para colocar piso de madeira porque eles são "barulhentos". Aparentemente o barulho dos passos no andar de cima não pode atrapalhar a vida de quem está no andar de baixo... Mas os caras colocam carpete nas escadas, cara... Imagina uma escada de 50 anos... com carpete. Sabe o que acontece? A "borda" do degrau vai envergando... o degrau vira uma rampa... e você escorrega. Cai da escada. É simples assim. Agora pensa em escadas de 150... 200 anos... porque aqui é Europa, né?

Já deu pra sacar que nossa busca tá sendo um inferno, né? Primeiro porque encontrar um apartamento, que fique dentro do orçamento, com o tamanho que precisamos para todos os nossos móveis e nossas coisas, é uma dificuldade sem tamanho. Aí você encontra um que tá fora do seu orçamento, mas que dá pra você se apertar e pagar o aluguel (desistindo, de vez, de guardar qualquer dinheiro). Mas aí, ou ele tem carpete, ou ele tem escada (e não tem elevador), ou ele não tem armário, ou a cozinha é um ovo, ou não tem janela, ou as janelas estão caindo, ou a cozinha foi decorada na década de 20... Sério. Uma luta.

É claro que não vai ter apartamento dos sonhos, que vamos ter de abrir mão de alguma coisa... ok, de algumaS coisasS. E a dificuldade é exatamente essa: escolher o que abrir mão. Mas, não tem jeito. É assim, não adianta choramingar. E afinal, it's London Babe!! Perde-se a área de serviço, os armários, a cozinha, mas ganha Londres de presente! :)

Só queria encontrar alguma coisa logo, porque esse perrengue de ficar pra todo canto, de ônibus, metrô, correndo atrás de um e de outro apartamento, andando horrores pra lá e pra cá... cansa. Ô se cansa! Passamos o dia andando, correndo... e no fim do dia estou morta!

Não vejo a hora de encontrar alguma coisa e poder começar a aproveitar mais a cidade! E começar a me sentir em casa... ainda não consigo acreditar que estou morando aqui! Ainda me sinto como uma turista maluca que fica correndo pra todo canto vendo apartamento - em vez de ver as coisas legais! Rs...

Que o perrengue acabe logo!

De qualquer modo, bem vindos a Londres, comigo! :)

Beijos,
Tila.

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